06 março 2005

Quem foi conta

escrito por: Alexandre

Cheguei lá às 6 e meia, com o Mauro, do Carreira Solo, de escudeiro. Ele não entendeu porque pedi pra ele chegar lá comigo. E expliquei: porque, se ninguém for, pelo menos eu não fico sozinho. E o Mauro: é ruim, hein? O Mauro é um otimista.

Mal sentamos e liga o louco do Biajoni, do Tiro e Queda, que tinha dito que vinha de Americana, SP, pro evento. E eu penso: pronto, o homem viu a luz e está ligando pra dizer que não vem. Mas paulista é foda: quando diz que vêm, vêm mesmo. Ele estava ligando pra dizer que tinha acabado de passar por Volta Redonda. Não saiam daí, ele disse.

Eu e o Mauro ainda ficamos lá um bom tempo até aparecer o próximo, e foi o inefável Letra Morta. E não aparecia mais ninguém.

O papo estava bom, mas o evento esteve por um fio. O Mauro tem 15 filhos, duas esposas, 23 gatos e 12 cachorros e não pode ficar na rua até muito tarde e o Letra Morta é daqueles viadinhos que têm que acordar cedo pra ordenhar as vacas. Os dois queriam ir embora e eu disse: aqui sozinho eu não fico. É mico demais. Se forem embora, eu vou junto. E eles foram ficando, por livre e espontânea pressão.

Por fim, surgiu o João, do Nababu e o Mauro e o Letra Morta foram finalmente dispensados, coitadinhos.

A próxima a chegar foi Tatiana, de sexy piercing nos lábios e acompanhada de dois colegas da faculdade de cinema da Gama Filho. Ela queria me conhecer melhor e marcar de me entrevistar pra um documentário sobre blogs e literatura.

Por fim, apoteoticamente, surgiram os cavalheiros de Americana, Luiz Biajoni e dois amigos que ele arrastou de lá, os três na estrada há mais de sete horas. O Bia é completamente louco.

Daqui a pouco, liga a Renata Maneschy, vulgo "Tatétetra", do Kit Básico da Mulher Moderna, querendo saber se estava rolando alguma coisa. Claro que estava.

Em breve, também chegou a Di, a famosa primeira-esposa. O Bia, que já foi casado três vezes, ficou chocado e disse: caramba, ela é igual a minha segunda esposa! Quer dizer, eu e o Bia casamos com a m

Por fim, minha melhor amiga e sócia, Isabel, do Book of Hours, que estava em SP a trabalho, desembarcou no Santos Dumont às onze e meia e também foi direto pra lá.

O escrete estava completo.

* * *

Infelizmente, houve um lado ruim. Tirando os muitos vacilões que disseram que iam e não foram - carioca é foda mesmo, ô raça! - duas belíssimas leitoras que eu estava louco de vontade de conhecer foram lá, andaram andaram, não encontraram ninguém e foram embora. Se fosse cueca ainda vai, mas eram a Lulu e a Tânia. Raios!

Fiquei muito chateado. Eu já tinha avisado aos garçons para mandarem para a nossa mesa qualquer um que parecesse meio perdido, estivesse olhando muito em volta ou perguntasse por Alexandre, blog ou internet. E, realmente, muita gente encontrou a nossa mesa, éramos o grupo mais barulhento no lugar mais visível da casa, uma mesa enorme na calçada exatamente em frente ao bar.

Agora aprendi. Da próxima vez, vou levar um objeto esdrúxulo e avisar no blog: procurem pela mesa que tiver uma raquete de tênis.

* * *

Ficamos falando merda e bebendo até altas horas da madrugada, até que eu pedi arrego, afinal, não sou viadinho, mas trabalhava no dia seguinte às oito da manhã.

Mal sabia eu que a aventura estava começando.

escrito por: Letra Morta

A Tabuletra esteve sexta-feira à noite na comemoração de dois anos do Liberal, Libertário Libertino de Alexandre Cruz Almeida, no Amarelinho da Cinelândia. Alexandre dispensa apresentações como blogueiro. Basta dizer que o Liberal é um dos melhores conteúdos que se pode encontrar na Web. Mas sua presença virtual não se limita ao blog: o escritor, empresário, multimídia, crítico literário, intelectual e gay militante também é um dos responsáveis pelo Sobresites, um excelente guia para quem quiser saber o que a Internet tem de melhor.

Quando chegamos, só estavam ele e o Mauro do Carreira Solo. Depois chegou o João do Nababu. É claro que rolou muito blog, internet e mundo profissional na conversa. Mas antes que os demais convidados chegassem, Alexandre abriu seu coração e falou francamente sobre a luta diária que é aceitar-se como homossexual em uma sociedade retrógrada, latina e machista como a nossa. Consciente e bem resolvido, ele não atribui sua opção de gênero aos continuados abusos sexuais que sofreu na infância e na adolescência mas sim à sua própria natureza: "Ser gay é uma coisa que vem pra dentro", afirmou corajosamente. A nota triste da noite ficou por conta de uma saudade que o consome: o atormentado Alexandre não consegue se esquecer de seus colegas de cela no presídio turco onde esteve detido por dois anos. Mas ele não se entrega à melancolia: já está cheio de planos para a vida nova. Nova Orleans, no caso; onde vai esquecer das mágoas ao lado do seu querido mentor intelectual e astro do cinema pornô, Idelber; "meu maior consolo", em suas próprias palavras. Alexandre foi o primeiro indicado para um Falochupe na Tulane, o que, no seu já inchado currículo, vai ser um acréscimo tremendo. Tremendo sim, porque o Idelber já é bem velhinho, coitado.

Ainda era cedo quando a reportagem da Tabuletra teve que se retirar da reunião, apesar dos insistentes apelos do blogueiro para uma esticada em seu apartamento. Acontece que os repórteres desta redação ainda são muito quadradões e antiquados e se recusam a esticar os bilaus no primeiro encontro. Mas Alexandre não ficou decepcionado: antes de nossa partida, sob a liderança do Bia do Tiro e Queda, uma galera legal do interior de São Paulo chegou para conhecer o interior Carioca.

escrito por: Mauro Amaral

(...) Como não dizer que o Cruzalmeida foi uma dos incentivadores, mesmo que à distância, da linha editorial do carreirasolo.org que começou a se desenhar ali por janeiro de 2004? Como não dizer que as citações aqui e acolá garantem a todos maior divulgação e relevância neste mundo lodoso e movediço que é a blogosfera?

Foi com esse espírito que apareci na comemoração dos 2 anos do LLL. E, interessante, sentado ali no Amarelinho/Vermelhinho, fiquei a todo momento comparando as festas da mídia de massa que a todos engole com a mídia pessoal que a todos recebe com um simpático: E aí cidadão, diga pra gente o que você faz e quem você é? Sim, porque, diferente do lugar escuro e com música alta, a mídia pessoal é um espaço de idéias e palavras escritas onde pretende-se ser ouvido pela qualidade. E claramente.

Chegaram Letra Morta e João M, que divulgou as fotos do evento, e ficamos ali meio que dividindo as opiniões de posts passados e idéias amalucadas entre uma e outra promessa e felicidade, pelo menos minha, de ver o Alex ter conseguido que os gringos bancassem ele por dois anos nos EUA, para ler e escrever, flanar como ele gosta de dizer. Depois chegou o BIA, logo depois que saí (eles me ligaram e eu na VAN escutando alguns impropérios totalmente justificados, o cara dirigiu 500Km...), a Bel e outros autores/leitores.

Infelizmente saí mais cedo do que a sobriedade de todos. Tive que sair voando. Nem deu tempo para explicar pro Alex que, a teoria dele de que faço o carreirasolo.org e assim vou colecionando favores devidos de toda a blogosfera é infundada. Se bem que ele me pagou dois: o primeiro encarando esta nova fase e o segundo pagando os 6 chopps e os pedaços de pizza calabrezza que, na pressa esqueci de inteirar.

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